França reprova ataque à igreja católica sob sua tutela em Gaza
O governo francês manifestou indignação após o bombardeio à igreja da Sagrada Família em Gaza, reafirmando seu compromisso com a proteção das comunidades religiosas na região.
A França expressou hoje a sua indignação perante o ataque aéreo israelita que atingiu a igreja católica da Sagrada Família em Gaza, a qual está "sob a proteção histórica da França". O ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noel Barrot, utilizou a rede social X para transmitir ao patriarca latino de Jerusalém a solidariedade e a comoção do país, afirmando que "estes ataques são intoleráveis" e que "é tempo de acabar com a carnificina em Gaza".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros relembrou que a França tem um longo legado de proteção das comunidades católicas na região, traçando as suas origens até os acordos celebrados entre Francisco I e o Sultão Solimão, o Magnífico, em 1535. Apesar de, desde a década de 1920, ter perdido o seu papel legal, os acordos firmados em 1901 e 1913 garantem a proteção das comunidades religiosas católicas, reconhecida tanto por israelitas como por palestinianos.
O consulado francês em Jerusalém frisou que "a paróquia latina de Gaza é explicitamente mencionada no acordo de 1913", assegurando direitos a estes estabelecimentos, como isenções fiscais. A Defesa Civil de Gaza e o Patriarcado Latino de Jerusalém reportaram, no dia de hoje, a morte de duas pessoas em decorrência do ataque à única igreja católica em território palestiniano, que serve de refúgio para a escassa comunidade católica local desde o início do conflito.