"Geórgia revida às críticas de países europeus sobre a sua situação política"
A ministra georgiana dos Negócios Estrangeiros, Maka Bochorishvili, refutou as alegações da Europa sobre repressão política, acusando-as de serem falsas e manipuladoras.

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Geórgia, Maka Bochorishvili, criticou hoje os países europeus que denunciaram a repressão política e as práticas antidemocráticas no seu país, afirmando que estas nações estão a propagar desinformação.
"Esta declaração incentiva mais uma vez a difusão de mentiras sobre a Geórgia", afirmou a diplomata durante uma conferência de imprensa, referindo-se à declaração conjunta emitida por 17 países europeus e pela União Europeia.
Bochorishvili classificou esta posição europeia como uma "tentativa de ofuscar" a proposta do Presidente georgiano, Mikhail Kavelashvili, que oferece um perdão a políticos da oposição presos, caso decidam participar nas eleições locais agendadas para 04 de outubro.
Os 17 países e a UE expressaram na sua declaração conjunta a sua "profunda inquietação" em relação à deterioração da situação na Geórgia, em razão da repressão governamental contra os opositores.
Na declaração, os signatários, incluindo ministros dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, França, Alemanha e outros, advertiram que não hesitarão em utilizar os meios à sua disposição se o governo georgiano continuar a adotar medidas que comprometam a democracia e os direitos humanos.
O documento menciona que a Geórgia está a realizar condenações de opositores com "motivação política", destacando que o objetivo é silenciar a oposição a poucos meses das eleições locais.
Os ministros também condenaram as detenções de líderes da oposição georgiana e a repressão de vozes críticas, incluindo manifestantes pacíficos e jornalistas independentes.
Os representantes europeus afirmaram que tais ações estão a contribuir para o "desmantelamento" da democracia na Geórgia e a sua rápida transição para um regime autoritário, o que contraria os valores europeus.
A Geórgia enfrenta uma crise política desde a vitória do partido Sonho Georgiano nas eleições legislativas de outubro de 2024, cujos resultados foram considerados fraudulentos pela oposição.