Gouveia e Melo responde a provocação do ADN com críticas ao negacionismo
Durante uma visita ao Funchal, o candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo rechaça a entrega de uma corda por Miguel Pita, líder do ADN, e critica ideais anticiência.

O candidato à presidência, Henrique Gouveia e Melo, esteve esta manhã no Funchal, onde aceitou uma corda com um nó de forca, oferecida pelo líder regional do Alternativa Democrática Nacional (ADN), Miguel Pita. Contudo, devolveu-a imediatamente, afirmando: "Aceito, mas vou-lhe devolver. Para o senhor enforcar aqui as vossas ideias do negacionismo, do terraplanismo e de que não há alterações climáticas". Com estas palavras, o candidato despediu-se, desejando um "bom dia e muito obrigado".
A interação ocorreu antes da visita a outros locais no Mercado dos Lavradores, num momento onde Gouveia e Melo teve a oportunidade de interagir com a população e comerciantes locais.
O líder do ADN, Miguel Pita, revelou que pretendia questionar Gouveia e Melo sobre a sua mudança de postura política, relembrando que em 2021 este se referiu a si mesmo como um "péssimo político" e ofereceu a corda como símbolo da sua hesitação em entrar no mundo da política. Pita também queria discutir as sanções aplicadas aos tripulantes do NRP Mondengo, que falharam uma missão na Madeira em 2023, indagando se o candidato trataria os portugueses da mesma forma, “julgando-os e condenando-os publicamente”.
Recentemente, o Supremo Tribunal Administrativo declarou ilegais as sanções impostas pela Marinha, durante o mandato de Gouveia e Melo como Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), que afetavam 11 militares, entre os 13 acusados de insubordinação.
Miguel Pita pretendia ainda abordar o tema da vacinação contra a covid-19, referindo que, ao contrário de muitos que se vacinaram, ele e outros mantêm-se saudáveis.
Durante a sua visita à Madeira, que começou na sexta-feira e irá até domingo, Gouveia e Melo encontrou-se com o Presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e visitou as obras do novo Hospital Central e Universitário da Madeira. "Vejo esta visita como uma oportunidade para conhecer melhor a região e discutir questões que não abordava enquanto oficial de Marinha", comentou.
Questionado sobre o apoio do governo regional, Gouveia e Melo enfatizou que não pede "apoio de ninguém em termos formais", pois o importante é o apoio do povo português. A agenda do dia incluiu também um jantar com apoiantes e visitas a várias instalações, como a Unidade Autónoma de Gás Natural dos Socorridos, onde se inteirou de projetos da ARDITI - Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação.