Greve na Menzies afeta voos em Lisboa e marca protesto inédito no Porto
A paralisação dos trabalhadores da SPdH/Menzies levou ao cancelamento de quatro voos em Lisboa e contou com adesão no Porto, algo que não acontecia há uma década, segundo o Sindicato.

A greve dos funcionários da SPdH/Menzies, antiga Groundforce, resultou no cancelamento de quatro voos no Aeroporto Humberto Delgado em Lisboa. Para surpresa de muitos, a paralisação mobilizou também trabalhadores no Porto, uma situação que não acontecia há pelo menos 10 anos, conforme indicado pelo representante do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), Carlos Araújo.
“Em Lisboa, já temos quatro cancelamentos até ao momento. No Porto, é a primeira vez em anos que observamos greves, com funcionários a aderirem ao protesto”, afirmou Araújo à agência Lusa. Ele mencionou que, na noite anterior à greve, apenas quatro dos vinte oficiais de placa planeados para estarem de serviço estavam realmente presentes.
A greve, que se iniciou às 00:00 de sexta-feira e se prolonga até às 24:00 de segunda-feira, é a primeira de um conjunto de cinco greves planeadas até setembro. Os trabalhadores exigem, entre outras coisas, salários mínimos dignos, pagamento de horas noturnas e melhores condições de trabalho.
O sindicato acusa a SPdH/Menzies de desrespeitar o direito à greve, utilizando práticas ilegais como convocação de trabalhadores em dias de folga e substituição de grevistas por temporários. O SIMA está a coletar provas para apresentar queixas formais à Autoridade para as Condições do Trabalho e ao Ministério Público.
Carlos Araújo salientou que, apesar da situação difícil, a adesão à greve, considerando o tamanho do sindicato que representa apenas 4% dos cerca de 3.600 trabalhadores, é um sinal positivo de organização.
As principais reivindicações incluem o fim de salários abaixo do mínimo nacional e a preservação do acesso ao estacionamento. O dirigente do SIMA também alertou para possíveis quebras de segurança, apontando que a Menzies, em colaboração com a TAP, está a ignorar procedimentos essenciais de segurança, o que pode comprometer a segurança dos voos.
Por fim, o Tribunal Arbitral estabeleceu serviços mínimos para assistências relacionadas a voos de emergência e ligações regulares entre Lisboa e os Açores e Madeira, na tentativa de assegurar a segurança e a continuidade das operações aéreas.