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Impacto da Exposição a Ftalatos no Desenvolvimento Infantil

Um novo estudo da FMUP revela que a exposição a ftalatos e microplásticos prejudica a função da tiroide e o desenvolvimento de crianças e adolescentes.

há 7 horas
Impacto da Exposição a Ftalatos no Desenvolvimento Infantil

Um estudo recente realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) descobriu que a exposição a ftalatos - substâncias químicas presentes em muitos produtos de plástico - representa um risco significativo para a saúde da tiroide e do desenvolvimento infantil. Os ftalatos, que tornam os plásticos mais flexíveis, são frequentemente encontrados em itens do dia a dia, como embalagens de alimentos, vestuário e produtos de higiene pessoal.

A pesquisa analisou dados de mais de 5.600 crianças e adolescentes de diversos países, tendo concluído que a exposição a estas substâncias resulta em alterações na função da glândula tiroide, apresentando um aumento dos níveis de hormona T3 e uma redução dos níveis de hormona T4 total. Esta evidência foi publicada na revista European Journal of Pediatrics e dirigida a profissionais de saúde, especialmente pediatras.

A professora Augusta Coelho, membro da equipa de investigação, sublinhou a ubiquidade dos plásticos na vida moderna, afirmando que é praticamente impossível evitar o contacto com estas substâncias. “Vivemos rodeados de plásticos. Até os sumos para crianças estão embalados em plástico”, destacou.

A investigadora apelou à necessidade de sensibilizar os pais sobre como reduzir a exposição a ftalatos, sugerindo alternativas como a utilização de vidro ou aço inoxidável para armazenar alimentos, bem como evitar o aquecimento de comida em embalagens plásticas. “É fundamental que se amplie a conversa sobre a segurança das crianças, incluindo a questão dos microplásticos”, afirmou.

Além dos já conhecidos efeitos nocivos na saúde, como as alterações hormonais e os problemas de fertilidade, este estudo levanta preocupações adicionais sobre o impacto dos ftalatos no neurodesenvolvimento infantil. Como as crianças estão expostas a um vasto leque de produtos que contêm estas substâncias, a continuidade de investigação nesta área é crucial.

No contexto da União Europeia, foram implementadas algumas restrições ao uso de ftalatos, incluindo proibições em brinquedos e artigos de puericultura. No entanto, a falta de regulamentações semelhantes fora da UE permite que produtos contendo ftalatos ainda estejam disponíveis em diversos mercados.

“Os resultados do nosso estudo enfatizam a importância de reduzir o contacto com microplásticos e plastificantes. Devemos encarar isso como uma questão de saúde pública e incutir boas práticas nas escolas e entre os jovens”, concluiu Augusta Coelho. A conscientização contínua e a educação sobre os riscos associados a estas substâncias são essenciais para garantir um futuro mais seguro para as novas gerações.

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