Juiz impede retirada de jornalistas das zonas de protesto em Los Angeles
Um juiz federal determinou que o LAPD não pode expulsar jornalistas das áreas de protesto nem usar armas não letais contra eles, após alegações de ataques em manifestações.

Um tribunal federal emitiu uma decisão significativa hoje, proibindo a polícia de Los Angeles (LAPD) de expulsar jornalistas das zonas de protesto ou de recorrer a armas não letais contra estes profissionais. Esta medida surge na sequência de uma ação judicial, onde se alegam agressões direcionadas a repórteres durante os protestos que se iniciaram no passado dia 6 de junho.
O processo foi movido pelo Clube de Imprensa de Los Angeles, que representa jornalistas da região sul da Califórnia desde 1913. O clube documentou uma série de incidentes, incluindo ataques com balas de borracha e gás lacrimogéneo.
O juiz distrital Hernan D. Vera estabeleceu uma ordem de restrição que permanecerá em vigor por 14 dias, enquanto analisa a solicitação de uma solução a longo prazo apresentada pelo clube. Na sua decisão, Vera indicou que as provas sugerem que os jornalistas "encontraram uma barreira de projéteis e outros atos de força física".
O magistrado também enfatizou as preocupações em relação à segurança dos jornalistas, advertindo que estes "correm o risco de sofrer ferimentos recorrentes no futuro" devido à reação violenta da LAPD durante as manifestações.
Um incidente notável incluiu um agente da LAPD que foi filmado disparando uma bala de borracha contra um jornalista australiano, que acabou ferido no pé enquanto realizava uma reportagem. Outras gravações mostraram repórteres a serem empurrados e retirados à força durante transmissões ao vivo.
Este não é um caso isolado; historicamente, o LAPD já enfrentou processos semelhantes por usar força excessiva contra jornalistas, tendo a cidade sido condenada a pagar milhões de dólares após incidentes ocorridos em manifestações pró-imigrantes em 2007.