Justiça suspende deportação acelerada de imigrantes implementada pela administração Trump
Uma juíza federal decidiu impedir a deportação rápida de imigrantes que fugiram de perseguições, criticando o governo por violar normas estabelecidas.
A juíza federal Jia M. Cobs, do Tribunal do Distrito de Columbia, anunciou na passada sexta-feira a suspensão da deportação sumária de imigrantes que se encontravam em liberdade condicional nos Estados Unidos. Esta decisão surge em resposta a um pedido feito pela Coligação pelos Direitos Humanos dos Imigrantes, a Rede UndocuBlack (UBN) e CASA, que denunciavam que o governo de Donald Trump estava a utilizar um processo de deportação com sérias falhas.
Os grupos de advocacia argumentaram que esta abordagem afetava centenas de milhares de imigrantes que chegaram aos EUA em busca de segurança, muitos deles a escapar de situações de perseguição nos seus países de origem. A juíza Cobs enfatizou que a questão em causa diz respeito à equidade, uma vez que estes indivíduos tinham entrado nos Estados Unidos de acordo com a legislação existente. Contudo, foram repentinamente confrontados com mudanças nas diretrizes de deportação que não deveriam ser aplicadas, segundo as normas vigentes.
No contexto da decisão, a magistrada também criticou as táticas utilizadas pelo governo para proceder às expulsões, destacando que as suas práticas eram muito semelhantes às que enfrentaram no país de origem. O bloqueio às deportações aceleradas constitui mais um revés para a administração Trump, que tinha definido uma meta ambiciosa de deportar 800 imigrantes diariamente.
Este incidente segue-se à decisão da Casa Branca, em março, que revogou um benefício que permitia a cerca de 530 mil imigrantes oriundos de Cuba, Venezuela, Haiti e Nicarágua residirem e trabalharem temporariamente nos EUA, desde que assegurados por um patrocinador.