Marcha em Luanda termina em confrontos devido ao aumento dos combustíveis
Em Luanda, manifestações contra o aumento dos combustíveis terminaram com a polícia a usar gás lacrimogéneo para dispersar os protestos. Cidadãos exigem medidas que aliviem a carga sobre a população.

Hoje, Luanda assistiu a uma significativa marcha de protesto, onde centenas de cidadãos, incluindo ativistas, taxistas, estudantes e representantes da oposição, expressaram a sua indignação em relação ao recente aumento do preço dos combustíveis e dos transportes coletivos. Esta manifestação, organizada pelo movimento social contra o novo decreto sobre os preços dos combustíveis, começou no Largo do Mercado de São Paulo.
Os participantes levavam cartazes com mensagens como "combustível sobe, barrica ronca" e "estamos cansados de comer no lixo". Às 13h00, a marcha teve início, seguindo pelas ruas de Luanda sob a vigilância da polícia nacional. No entanto, ao chegarem à Avenida Ho Chi Minh, encontraram um cordão policial que impediu a passagem ao Largo 1.º de Maio.
A tensão aumentou com as tentativas dos manifestantes de superar as barreiras, culminando na dispersão da marcha pela polícia com gás lacrimogéneo. Este ato gerou pânico entre os presentes, resultando em feridos e pessoas a desmaiarem. Os manifestantes, determinados a fazer ouvir a sua voz, expressaram a sua frustração em relação à situação económica do país.
Ativistas como Simão Cativa Vítor e Laureano da Silva manifestaram o seu descontentamento, exigindo que o governo do MPLA tome medidas imediatas para reduzir os preços. "Um país que produz petróleo não pode condenar o seu povo a esta miséria", disse um deles, enfatizando a necessidade de justiça e liberdade.
Os preços dos transportes coletivos e do gasóleo em Angola sofreram aumentos significativos, com a nova tarifa dos táxis fixada em 300 kwanzas (0,28 euros) e dos autocarros a 200 kwanzas (0,19 euros). Esta situação, que se agravou desde 04 de julho, motivou a manifestação e acentuou a insatisfação popular.