Política

Mariana Mortágua reconhece falhas no BE e enfrenta desafios internos

A liderança do BE sob Mariana Mortágua aceita os erros que contribuíram para o declínio eleitoral e irá responder a quatro moções internas que criticam a democracia no partido e pedem maior conexão com as bases.

04/07/2025 10:10
Mariana Mortágua reconhece falhas no BE e enfrenta desafios internos

A atual direção do Bloco de Esquerda (BE), liderada por Mariana Mortágua, admitiu as falhas que resultaram na pior performance eleitoral do partido nas últimas legislativas e vai enfrentar quatro moções opositoras durante a XIV Convenção Nacional, marcada para novembro.

Entre as moções apresentadas, destacam-se: a moção de orientação 'A', liderada pela própria Mortágua, e a moção 'S', previamente noticiada pela Lusa, além de mais três textos: a moção 'B', com a proposta "Reconstruir para um novo ciclo político", a moção 'C', intitulada "Mais Bloco, menos tendências", e a moção 'H', que apela à "Hora de Recomeçar".

Na moção 'A', que conta com mais de seiscentos apoios, Mortágua ressalta a atual necessidade de reconfiguração do partido, vislumbrando o impacto da perda de confiança do eleitorado, que considera em parte resultado da "viragem à direita" da sociedade. Contudo, a direção reconhece também as suas "falhas próprias". Segundo a liderança, a reação do partido às críticas constantes foi insuficiente, o que prejudicou a sua imagem pública.

Face à diminuição da subvenção, o BE será "essencialmente auto-financiado", e Mortágua enfatiza a importância de quotas, envolvimento militante e trabalho voluntário.

A oposição critica a falta de democracia interna, uma questão que Mortágua se compromete a abordar. A moção 'S', assinada por cerca de noventa ativistas, reitera preocupações com a "diluição ideológica" e a fragilidade do partido. Os apoiantes desta moção, incluindo antigos membros da direção, exigem uma liderança mais representativa e menos centralizada.

A moção 'B', com trinta e seis subscritores, defende eleições em sufrágio universal para a liderança do partido, condenando a ambiguidade da linha política da direção, que se distanciou das suas raízes fundacionais, ao mesmo tempo que critica uma relação excessiva com o Partido Socialista.

Os apoiantes da moção 'H' clamam por um BE mais radical e anti-sistema, enfatizando a importância de um partido que se envolva genuinamente nas lutas sociais, ao contrário de se perder em questões parlamentares.

Por seu lado, a moção 'C', com 39 subscritores, reforça a necessidade de um ambiente democrático interno, sobrevivendo entre a crítica e o respeito às tradições socialistas. Este grupo sugere uma coligação com o Livre nas futuras eleições, na tentativa de reverter ovotos que se perderam.

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