Mudar para a tarifa bi-horária: vale a pena ou não?

A mudança para a tarifa bi-horária de eletricidade é uma opção que suscita dúvidas. A DECO PROTeste adverte que "a fatura pode não diminuir significativamente", e que "sem uma gestão rigorosa dos consumos durante as horas de vazio, é possível acabar por pagar mais do que com a tarifa simples".

A análise de preços parece promissora à primeira vista. O valor do kilowatt-hora na tarifa bi-horária é ligeiramente mais baixo, proporcionando uma vantagem de 5,5 cêntimos por kWh no mercado regulado. Contudo, para que esta opção se traduza em poupanças, é necessário deslocar um maior volume de consumo para os horários de vazio, situação que nem sempre é viável. Aqui, a DECO recomenda cautela.

Se está a considerar a adesão à tarifa bi-horária, é crucial conhecer bem o seu padrão de consumo. Não se trata apenas de contabilizar os kilowatts-hora (kWh) utilizados, mas também de identificar quando usa aparelhos como a máquina de lavar ou o ferro de engomar. Se tiver um veículo elétrico, é importante também apontar quando o liga à tomada. A presença de painéis de autoconsumo pode ser uma vantagem, já que fornecem energia nos horários de maior custo.

Antes de decidir, pergunte-se: "Estou disposto a ajustar a minha rotina, como passar fins de semana a utilizar máquinas, ou ligá-las à noite, mesmo que incomode os vizinhos, por uma poupança modesta?". O risco existe, uma vez que pequenos deslizes no planeamento podem resultar numa penalização de 3,5 cêntimos por kWh em comparação com a tarifa simples.

A DECO PROTeste esclarece que a rigidez da tarifa bi-horária pode não se alinhar com o estilo de vida de muitas famílias. Se os seus consumos se concentram nas primeiras horas da manhã e ao fim do dia, ou se trabalha de forma flexível, continuar a utilizar a tarifa simples pode ser mais vantajoso. Por outro lado, se está frequentemente fora de casa e pode operar os seus aparelhos principais à noite, a tarifa bi-horária poderá ser benéfica, desde que cumpra a condição de consumir pelo menos 50% da eletricidade durante os períodos de vazio.