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Novo estudo revela como realmente se forma o suor

Investigadores descobriram que a transpiração humana se apresenta como uma película fina sobre a pele, em vez de gotículas, mudando a nossa compreensão sobre este processo.

25/07/2025 16:40
Novo estudo revela como realmente se forma o suor

A expressão "uma gota de suor" pode ser poética, mas a realidade científica contraria esta ideia. Um estudo recente, publicado no Journal of The Royal Society Interface, mostrou que a transpiração humana se origina dos poros de uma forma inesperada: não como pequenas gotículas isoladas, mas sim como uma fina película superficial.

Quando os poros estão totalmente cheios, o suor extravasa e forma uma camada fina, com uma espessura inferior a 0,1 milímetros, que se espalha por toda a superfície da pele.

Essas novas constatações indicam que a dinâmica do suor é mais complexa do que se pensava. Por exemplo, o suor que escorre pela testa pode parecer simples gotas, mas, ao utilizar termografia infravermelha para monitorizar os poros individuais, a equipa de pesquisa da Universidade Estatal do Arizona revelou detalhes inexplorados sobre este processo.

Conforme relatado pelos investigadores, liderados pelo engenheiro mecânico Cibin Jose, a transpiração tem sido analisada principalmente através de métodos que observam fenómenos em larga escala, sem explorar suficientemente a dinâmica em microescala.

No experimento, seis voluntários saudáveis foram colocados em poltronas aquecidas, dentro de cobertores eléctricos. Ao alterar a temperatura ambiente, observou-se que o suor emergia e evaporava repetidamente das suas testas.

Com o aumento da temperatura, os poros encheram-se até transbordar, formando poças miniaturais na pele. Além disso, os pequenos pelos presentes na testa de alguns participantes contribuíram para a evaporação rápida das gotículas.

Embora algumas gotas de suor descessem pela testa, isso ocorria devido à gravidade e não representava a formação inicial do suor proveniente dos poros.

Após ciclos de aquecimento e arrefecimento, os participantes notaram a acumulação de sais na pele. Quando um novo ciclo de calor se iniciou, esses depósitos de sal aceleraram a formação da película de suor.

A equipa concluiu que, ao entrar em contacto com os sais durante o segundo ciclo, o suor se espalha de forma mais eficiente, englobando rapidamente a camada fina sobre a pele. Os investigadores esperam que esta nova abordagem permita aprofundar o estudo sobre as variações na formação de suor em diferentes partes do corpo, durante diversas atividades físicas e entre diferentes faixas etárias.

"Este estudo oferece uma nova perspectiva sobre a transpiração em microescala, o que poderá levar a melhorias em diagnósticos clínicos, engenharia têxtil e no desenvolvimento de sensores vestíveis", afirmaram os autores.

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