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ONU responsabiliza militares israelitas por tragédia em Gaza

O Programa Alimentar Mundial revelou que o ataque no norte de Gaza, que vitimou 81 pessoas, foi causado por forças israelitas que dispararam sobre civis em busca de ajuda.

21/07/2025 09:00
ONU responsabiliza militares israelitas por tragédia em Gaza

O Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU anunciou, numa declaração feita no domingo à noite, que o trágico massacre ocorrido no norte de Gaza foi resultado dos disparos de tanques e snipers israelitas contra uma multidão de civis. Este incidente, que resultou na morte de 81 pessoas, aconteceu quando um comboio humanitário de 25 camiões se aproximava de um grupo de civis que aguardavam a distribuição de alimentos.

No comunicado, o PAM esclarece que, após atravessar o último posto de controlo à entrada de Gaza, o comboio foi alvo de disparos indiscriminados, levando à perda de inúmeras vidas. "A tragédia que se desenrolou no domingo é profundamente lamentável", afirmou a organização.

As autoridades de saúde de Gaza confirmaram o aumento das fatalidades, enquanto o exército israelita reconheceu ter disparado "tiros de aviso" e afirmou estar ciente das perdas, mas contestou as alegações sobre o número de mortos. "As estatísticas divulgadas não refletem a realidade das informações que temos", reforçou.

O PAM denunciou ainda que o incidente ocorreu apesar das promessas israelitas de melhorar as condições para as operações humanitárias. A organização enfatizou que é inaceitável a presença de grupos armados perto ou a bordo dos seus comboios humanitários.

Atualmente, cerca de 90 mil mulheres e crianças em Gaza enfrentam uma grave crise nutricional, enquanto um terço da população não tem comida há dias. O bloqueio que Israel impôs sobre Gaza entre 02 de Março e 18 de Maio agravou ainda mais esta situação, limitando severamente o acesso a alimentos, medicinas e combustível.

Ainda que a partir de 19 de Maio tenha sido permitido o acesso de camiões a Gaza, este permanece restrito, e a distribuição tem sido realizada de forma insegura através de pontos geridos pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF). O norte de Gaza não é abrangido por este sistema, levando a uma situação desesperada onde os civis se viram para atacar camiões da ONU na esperança de assistência, culminando na tragédia de domingo.

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