"Shigeru Ishiba persiste no cargo após derrota eleitoral significativa"

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, afirmou hoje que não tenciona abandonar o cargo, apesar da significativa derrota do seu partido nas eleições de domingo, onde o Partido Liberal Democrático (PLD) perdeu a maioria na câmara alta do Parlamento. Ishiba, durante uma conferência de imprensa, enfatizou: "Mantemo-nos como o partido mais representado. Embora facedamos um duro golpe e desafios consideráveis, recebemos um forte apoio do povo."

O líder do PLD destacou a situação política global e as condições adversas que o Japão enfrenta atualmente, incluindo a imposição de tarifas aduaneiras pelos Estados Unidos, o aumento da inflação e a constante ameaça de desastres naturais como terramotos.

A coligação do PLD, juntamente com o parceiro Komeito, necessitava de conquistar 50 lugares para assegurar a maioria, mas apenas conseguiu 47, uma descida de 19 lugares face ao que possuíam antes das eleições. Esta derrota marca uma nova fase de instabilidade política, uma vez que pela primeira vez desde a sua fundação em 1955, a coligação do PLD não detém a maioria em ambas as câmaras do Parlamento.

Em relação à possibilidade de expandir a coligação a partidos da oposição, Ishiba declarou que essa ideia não está em discussão neste momento, optando por focar a responsabilidade do PLD em continuar a desenvolver políticas necessárias. Além disso, afastou a hipótese de uma remodelação do Governo, afirmando que a prioridade será dialogar com outros partidos sobre temas importantes, como tarifas e catástrofes.

Entre os partidos da oposição, o Partido Democrático Constitucional do Japão (CDP) obteve o segundo lugar com 22 assentos, seguido pelo Partido Democrático Popular (PDP) com 17. Surpreendentemente, o partido nacionalista Sanseito, com a sua plataforma "Japão primeiro", destacou-se como um dos vencedores da noite, conquistando 14 lugares e tornando-se o terceiro maior partido na oposição.