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Vida Portuguesa em Queda: Nível de Vida Revela Desilusão em Relação à UE

Um estudo da Faculdade de Economia do Porto alerta que o nível de vida em Portugal é inferior ao esperado, devido a dados desactualizados sobre imigração da AIMA.

há 10 horas
Vida Portuguesa em Queda: Nível de Vida Revela Desilusão em Relação à UE

Um recente estudo da Faculdade de Economia do Porto revelou que o nível de vida em Portugal está, na verdade, "acima do que se pensava". O relatório, elaborado pelo Gabinete de Estudos Económicos, Empresariais e de Políticas Públicas (G3E2P) e apresentado por Óscar Afonso, sugere que a avaliação oficial do PIB 'per capita' à paridade de poder de compra é "sobrestimada" por não considerar toda a população estrangeira residente.

De acordo com Afonso, os dados oficiais de 2023 indicam que o nível de vida de Portugal representa 80,7% da média da União Europeia (UE), posicionando o país em 18.º lugar na tabela europeia. Contudo, ao corrigir esta cifra com os dados da AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo), o nível de vida desce para 78,92%, colocando o país na 19.ª posição.

Os cálculos para os próximos anos revelam uma tendência de decréscimo: em 2024 espera-se que o nível de vida esteja em 79,18% (contra 81,6% oficiais), em 2025 em 79,27% (81,70% oficiais) e em 2026 em 79,47% (81,9% oficiais).

Afonso atribui esta discrepância ao Relatório intercalar sobre a Recuperação de processos da AIMA, que sugere um aumento significativo na população estrangeira, que já conta com cerca de 1,6 milhões de residentes, e observa que "a economia não necessitava de tantos imigrantes, mas reconhece que são essenciais para o crescimento."

Com base nas projeções do estudo, Portugal precisaria de acolher cerca de 80 mil imigrantes anuais para se posicionar na parte superior da tabela de riqueza da UE até 2033. O economista enfatiza a necessidade de alinhar a imigração com as necessidades reais da economia.

Óscar Afonso defende que, enquanto é imprescindível tratar todos os imigrantes com dignidade, é igualmente importante que a vinda de novas populações não resulte em um tratamento desumano ou precariedade de condições. Ele lamenta que, com os dados atuais, "Portugal não conseguiu ultrapassar os 80% do nível médio da UE desde 2010" e que, em 2026, poderá estar praticamente igual à Roménia, que deverá alcançar 79,45% do nível de vida médio.

Em 2026, Portugal poderá descer para a 21.ª posição, tornando-se um dos países com menor nível de renda na UE, se não houver mudanças significativas.

Por fim, Afonso salienta que, desde 1999, a Roménia teve um enorme crescimento no nível de vida, passando de 26,9% para 79,45%, enquanto Portugal viu o seu nível cair de 85% para 79,47%. Sem reformas significativas, o futuro de Portugal pode ser sombrio, correndo o risco de ser ultrapassado pela Roménia e relegado para a parte inferior da Europa.

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