Aumento de espaços verdes nas cidades pode salvar vidas na Europa
Um estudo revela que incrementar a vegetação urbana em 30% pode evitar 2.600 mortes anuais. Parques e árvores reduzem a temperatura e promovem a saúde física e mental.

Um estudo recente realizado pela Universidade de Navarra, em Espanha, sugere que aumentar a quantidade de árvores nas cidades em 30% poderia prevenir mais de 2.600 mortes por ano na Europa. Este relatório, intitulado "Influência do ambiente urbano na saúde das pessoas", foi divulgado recentemente em Portugal.
Os investigadores salienta que os espaços verdes têm múltiplos benefícios, entre os quais a redução da temperatura urbana, que pode descer até 3,5ºC em parques e até 3,1ºC em ruas arborizadas. Estes ambientes promovem a recuperação física e proporcionam um espaço de repouso. A combinação de ar puro e sons da natureza não só diminui a fadiga, mas também incentiva a saúde cardiovascular através da prática de atividade física ao ar livre.
Além disso, os espaços verdes fortalecem o sistema imunitário e respiratório, já que a exposição regular à biodiversidade presente nos parques aumenta a capacidade do corpo em combater diversas doenças. O estudo evidencia que a melhoria da qualidade do ar associada a estes espaços atenua a exposição a poluentes nocivos e reduz a morbilidade e mortalidade associadas a doenças respiratórias.
Também se destaca que a interação frequente com espaços verdes ajuda a diminuir o stress e a promover a atividade física, elementos essenciais para um sono reparador. Dada a crescente exposição das cidades a fenómenos climáticos extremos e ao aumento da densidade populacional, a implementação de áreas verdes torna-se fundamental para melhorar a saúde física e mental da população.
A ausência de espaços verdes, por sua vez, é ligada a problemas como stress, ansiedade e obesidade. Os especialistas do Instituto Bioma sublinham que "a conceção das cidades tem um impacto direto na saúde das pessoas". A presença de árvores, parques e áreas verdes não só melhora a qualidade do ar, como reduz o efeito do calor e contribui para o bem-estar geral da população. Assim, a integração desses espaços nos ambientes urbanos é uma prioridade para desenvolver uma cidade mais saudável e sustentável.
O estudo foi realizado pelo Instituto Bioma da Universidade de Navarra, em colaboração com a Sanitas, uma empresa de serviços de saúde ligada à seguradora Bupa Portugal.
Recentemente, outra pesquisa revelou a gravidade das alterações climáticas, que triplicaram as mortes associadas a uma vaga de calor em várias cidades europeias. Em Portugal, foram registados 284 óbitos por excesso de calor durante o alerta iniciado a 28 de junho, principalmente entre pessoas com 85 anos ou mais, conforme dados da Direção-Geral da Saúde.