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Impacto da Inteligência Artificial na Saúde Mental e Cognitiva

Durante a conferência Medica AI, John Krakauer da Fundação Champalimaud alertou para o efeito negativo da IA na memória, apesar de reconhecer seu uso terapêutico inovador.

há 4 horas
Impacto da Inteligência Artificial na Saúde Mental e Cognitiva

Na recente conferência Medica AI, realizada na Fundação Champalimaud em Lisboa, o investigador John Krakauer destacou a crescente utilização da inteligência artificial na medicina. No entanto, ele enfatizou que, se utilizada de forma inadequada, esta nova tecnologia pode prejudicar a memória e o raciocínio crítico.

“Não estou aqui para discutir a inteligência artificial na medicina, mas sim a inteligência artificial como uma forma de medicina. Não se trata de ficção científica, mas de uma realidade hoje em dia”, afirmou o cientista durante o seu discurso.

Krakauer referiu-se à aplicação da IA em neurotecnologia comportamental, mencionando projetos que envolvem a inserção de elétrodos no cérebro e na espinal medula para auxiliar na recuperação de lesões, combinando-os com jogos interativos desenvolvidos por IA que promovem o exercício da mobilidade, um conceito conhecido como exergaming.

Ele também discorreu sobre o uso da IA generativa para tratar pacientes com perturbação obsessivo-compulsiva, ajudando-os a enfrentar situações estressantes de maneira controlada para facilitar a recuperação.

“A IA pode ser considerada uma forma de medicina”, afirmou Krakauer. Contudo, ele não hesitou em alertar sobre os riscos da depender excessivamente desta tecnologia, que pode, segundo ele, levar a um empobrecimento das capacidades cognitivas humanas.

O investigador sustentou que existem indícios de que as habilidades cognitivas estão a deteriorar-se, citando estudos que sugerem uma queda no quociente de inteligência. Ao facilitar o acesso à informação, a IA pode desencorajar o exercício da memória, levando as pessoas a não sentirem a necessidade de reter dados.

Além disso, Krakauer destacou que o pensamento crítico pode ficar comprometido, uma vez que muitos aceitam as respostas da IA como verdades absolutas, sem análise ou questionamento. A desorientação também se torna uma preocupação, devido à dependência excessiva de sistemas de navegação como o GPS, que reduz a necessidade de memorizar trajetos.

Analisando o problema, o cientista expressou otimismo ao afirmar que os efeitos negativos da utilização da IA não são permanentes e que a tecnologia em si pode ser uma aliada na reversão de danos e na prevenção do declínio cognitivo. Ele sugeriu que a utilização de jogos imersivos pode ser uma maneira eficaz de estimular a mente.

“Uma estratégia para combater a perda cognitiva é integrar jogos interativos em ambientes imersivos, proporcionando uma experiência de estímulo cerebral”, recomendou Krakauer, incentivando as famílias a explorarem estas atividades juntos ao invés de optarem por saídas tradicionais.

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