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Conflitos e Mudanças Climáticas: Barreiras à Luta Contra a Mortalidade Infantil

A Unicef alerta que a combinação de conflitos e alterações climáticas está a dificultar esforços para reduzir a mortalidade infantil. A entidade clama por ação política urgente.

21/07/2025 16:35
Conflitos e Mudanças Climáticas: Barreiras à Luta Contra a Mortalidade Infantil

A Unicef anunciou hoje, em Maputo, que eventos climáticos extremos e conflitos armados estão a dificultar as iniciativas para combater a mortalidade infantil global, que ainda resulta de várias doenças. Paul Ngwakum, diretor regional de Saúde para África Oriental e Austral da Unicef, pediu, portanto, "vontade política" para enfrentar esta problemática, contribuindo para a erradicação de mortes desnecessárias de crianças.

Durante a apresentação do Fórum Global de Inovação e Ação para Imunização e Sobrevivência Infantil -- 2025, que ocorrerá entre 22 e 24 de julho na capital moçambicana, Ngwakum explicou que eventos como inundações e ciclones, assim como a pandemia da COVID-19, comprometem o acesso aos serviços de saúde. Apesar da existência de ferramentas, incluindo vacinas, sublinhou que os sistemas de saúde permanecem "frágeis".

O diretor regional enfatizou a necessidade de maior comprometimento das lideranças políticas para garantir financiamento adequado e eficiente na luta contra a mortalidade infantil. Destacou a importância de capacitar as comunidades para implementar campanhas de vacinação locais e a colaboração entre governos, organizações não governamentais e financiadores.

Ngwakum referiu que a maior parte das crianças que não são vacinadas vive em áreas afetadas por conflitos e em locais de difícil acesso, tornando o trabalho das autoridades de saúde um desafio. No Fórum, que contará com mais de 300 delegados de 29 países, serão discutidas soluções inovadoras e compromissos políticos para acelerar o combate à mortalidade infantil.

Eduardo Samo Gudo, diretor-geral do Instituto Nacional de Saúde de Moçambique, sublinhou que a mortalidade infantil tem visto uma "redução histórica" nas últimas décadas, com uma diminuição de mortes de cerca de 12,8 milhões para 4,8 milhões entre 1990 e 2023. No entanto, alertou que a média em África permanece alarmante, com 67 mortes a cada mil nados vivos, colocando a região sob uma pressão imensa para atingir as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Gudo expressou preocupação sobre a possibilidade de 60 países africanos falharem em reduzir a mortalidade infantil para 25 por cada mil nados vivos até 2030.

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