IL propõe reforma do IRS com taxa única de 28% e apenas dois escalões
A Iniciativa Liberal defende uma reforma mais audaciosa para o IRS, sugerindo a redução do imposto a dois escalões e uma taxa máxima de 28%, considerando as propostas do Governo insuficientes.
Em conferência de imprensa realizada na Assembleia da República, a líder parlamentar da Iniciativa Liberal (IL), Mariana Leitão, manifestou descontentamento com a recente proposta de redução do IRS apresentada pelo Executivo. Segundo Leitão, a medida é "claramente insuficiente e ineficaz", resultando em "um impacto mínimo na vida dos portugueses".
Para ilustrar, a responsável fez comparações: "Uma pessoa que aufere um salário de 1.000 euros veria uma descida mensal de apenas 2,5 euros, enquanto quem recebe 2.000 euros teria uma redução de 9 euros mensais". Apesar das suas críticas, a IL assume que irá votar favoravelmente a proposta governamental, sustentando o princípio de apoiar qualquer redução de impostos. Contudo, o partido não desistirá de propor alternativas que visem uma descida mais significativa do IRS.
No seu projeto de lei, a IL sugere que o IRS seja reorganizado em apenas dois escalões: um para rendimentos anuais entre os 12.180 e 26.768 euros, com uma taxa de 15%, e outro para rendimentos superiores a 26.768 euros, com uma taxa de 28%.
Mariana Leitão argumenta que a simplificação do número de escalões é "essencial para eliminar a penalização de quem busca progressão na carreira". A proposta da IL é apresentada como "muito mais ambiciosa, concreta e com maior impacto na vida das pessoas" em comparação com a do Governo. "Um trabalhador com um salário de 1.200 euros, por exemplo, beneficiaria de uma redução mensal de 76 euros com a proposta da IL, em contraste com os quatro euros previstos pelo Governo", destacou.
Quanto ao custo desta redução fiscal, Leitão observou que representaria um alívio de 3,2 mil milhões de euros nas contas públicas, um valor equivalente ao total arrecadado em IRS nos últimos cinco anos. "O que pedimos ao Governo é que voltem a considerar o que estava em vigor há cinco anos, em vez de continuarem a sobrecarregar os portugueses com aumentos fiscais ou reduções irrelevantes", afirmou.
Questionada sobre a probabilidade do Governo aceitar a proposta da IL, Mariana Leitão expressou a sua frustração, apontando que o executivo tem mostrado falta de ambição. Contudo, a IL pretende continuar a defender as suas ideias essenciais. "O Governo tem optado por uma abordagem mais moderada e justifica-se com questões orçamentais que não refletem a realidade", concluiu.