Líder do PS critica falta de empatia do autarca de Loures em demolições

O responsável parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, fez hoje declarações sobre a atuação do presidente da câmara de Loures, Ricardo Leão, no que diz respeito à recente demolição de barracas, um episódio que tem gerado grande inquietação.

Brilhante Dias afirmou que, definitivamente, nenhum socialista ou cidadão português se mostraria satisfeito ao ver as imagens transmitidas pelos meios de comunicação social relacionados com este assunto. "Encaramos este problema como uma questão grave que exige atenção por parte do Governo", declarou à saída da comissão política nacional do PS em Lisboa.

Reiterando as palavras do secretário-geral do PS, Eurico Brilhante Dias sublinhou que todos os autarcas, independentemente da sua filiação política, devem abordar tais questões com humanidade, empatia e sensibilidade social. Para ele, esse entendimento deve ser evidente nas ações e comportamentos dos autarcas.

Sobre Ricardo Leão, o líder parlamentar do PS, que se disse conhecer o autarca há mais de 30 anos, reconheceu os esforços deste para melhorar as condições no concelho de Loures. “Ele possui empatia e um forte espírito socialista, embora essa percepção não tenha sido claramente transmitida neste episódio”, comentou.

A respeito da carta aberta de deputados e ex-governantes do PS, crítica à demolição, Brilhante Dias interpretou este evento como uma situação isolada, afirmando que os fundamentos do PS são robustos e que remontam a mais de cinco décadas.

Questionado se esse ocorrido poderia comprometer o apoio do PS a Leão nas próximas eleições autárquicas, Brilhante Dias assegurou que tal apoio permanece inabalável. “Ricardo Leão é avaliado pelo trabalho sustentado que realiza pela comunidade, e não por um único episódio”, acrescentou.

A demolição de 64 habitações precárias em Loures, que abriga 161 moradores no Talude Militar, teve início na segunda-feira. Entretanto, o Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa aceitou uma providência cautelar de um advogado representando 14 residentes, considerando a situação como de "especial urgência". A autarquia recebeu um prazo de 10 dias para responder à decisão judicial.