Líderes cristãos em Jerusalém alertam para o sofrimento em Gaza

Hoje, os máximos representantes do Cristianismo em Jerusalém expressaram a sua indignação face ao que consideram ser a indiferença da comunidade internacional em relação ao sofrimento da população de Gaza. Esta declaração surgiu após uma visita à igreja católica da Sagrada Família, que foi alvo de um ataque israelita.

O patriarca grego ortodoxo Teófilo III sublinhou, em comunicado conjunto com o patriarca latino Pierbattista Pizzaballa, que "o silêncio diante do sofrimento é uma traição à consciência". O patriarca latino descreveu as ações de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza como "inaceitáveis e injustificáveis", destacando a existência de sectores da sociedade israelita que se mostram solidários com os palestinianos.

Ambos os líderes religiosos apelaram ao respeito pelo Direito Internacional e pela proteção da população civil, enfatizando que é imperativo pôr fim a esta guerra sem sentido e priorizar o bem-estar das pessoas. "Rezamos pela libertação dos prisioneiros, pelo regresso dos desaparecidos e dos reféns ainda detidos em Gaza", acrescentou Teófilo III.

Referindo-se ao ataque que deixou três mortos na igreja, as Forças de Defesa de Israel admitiram a responsabilidade, alegando tratar-se de um erro. Pizzaballa, com ironia, comentou: "É sempre um erro, talvez tenha sido um erro". Ele enfatizou que "o ataque à igreja resultou em mortos, um fato inegável".

Os líderes cristãos relataram ter encontrado "pessoas completamente esfomeadas" em Gaza, onde Israel restringe a entrada de alimentos desde o início da guerra, que começou a 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas que resultou em 1.200 mortos e centenas de sequestrados em território israelita.

A retaliação israelita já causou mais de 59.000 mortes em Gaza, segundo informações de autoridades locais controladas pelo Hamas.