Protesto em Porto clama por justiça em Gaza: "Basta de silêncio europeu"
Centenas de manifestantes uniram-se no Porto para exigir o fim do cerco a Gaza e denunciar o genocídio, numa marcha em solidariedade com a Palestina.

Na cidade do Porto, uma significativa multidão, composta por várias centenas de pessoas, participou hoje numa marcha e vigília pela Palestina. Esta manifestação foi organizada por movimentos nacionais e internacionais que chamam a atenção para a necessidade urgente de terminar com o genocídio e o cerco imposto a Gaza.
Inês Pinto e Filipe Nuno, acompanhados pela filha Carolina, de apenas dois anos, percorreram aproximadamente 60 quilómetros desde Amarante até ao Porto para se juntarem à marcha. Inês expressou a sua indignação, afirmando que carrega uma forte vergonha da Europa por acreditar que vive num continente de justiça e igualdade, mas que percebeu ser, na verdade, um espaço de silêncio perante a tragédia. “É inaceitável que o mundo continue a assistir a este genocídio”, comentou.
“A nossa revolta é ainda maior porque, enquanto pais, não podemos ficar indiferentes às crianças que estão a morrer de fome. Precisamos de agir e de fazer a nossa voz ser ouvida”, acrescentou.
Filipe Nuno, que também participava ativamente do protesto, sublinhou a cobardia dos governos europeus, afirmando que estão a contribuir para o genocídio de milhões. A marcha no Porto estava integrada na iniciativa global denominada "Dia Global de Ação por Gaza", promovida por organizações como o Global Movement to Gaza e o Palestine Youth Movement.
Além da cidade do Porto, outras localidades como Coimbra e Faro também organizaram eventos semelhantes, com poesia e concertos acústicos para sensibilizar a população sobre a crise humanitária em Gaza.
A manifestação no Porto foi marcada por expressões simbólicas de solidariedade como bandeiras da Palestina, cartazes exigindo “Liberdade à Palestina” e bonecos que representavam as crianças vitimadas pelo conflito. O grupo iniciou a marcha junto à ponte D. Luís, levando um apelo forte: “Israel assassino, viva o povo palestino”. O percurso culminou em frente à Câmara do Porto, onde os manifestantes relembraram a necessidade de quebrar o cerco a Gaza e proporcionar ajuda humanitária.
A organizadora Isabel Oliveira destacou a importância de dar visibilidade à situação e instou os governos europeus a condenar publicamente as ações de Israel. “É vital que os direitos humanos sejam respeitados e que o silêncio em relação a este massacre não continue”, disse.
Este conflito teve início com os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, quando cerca de 1.200 pessoas perderam a vida e muitas foram feitas reféns. Em retaliação, Israel lançou uma operação militar devastadora em Gaza, que resultou em mais de 61 mil mortes e a destruição quase total das infraestruturas do território.