PS assegura cuidados nas demolições em Loures
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, afirmou que a Câmara de Loures teve "todos os cuidados" ao lidar com as demolições de construções ilegais em um bairro da região.
José Luís Carneiro, líder do PS, comunicou hoje, em Beja, que a Câmara Municipal de Loures se comprometeu a ter tomado "todos os cuidados" no que diz respeito ao diálogo com os cidadãos afectados pela demolição de edificações ilegais no Bairro do Talude Militar.
"A Câmara Municipal de Loures garante que falou com os cidadãos afectados por esta decisão. Acredito que assim foi", afirmou o dirigente socialista, enquanto apresentava os candidatos do partido às 14 autarquias do distrito nas próximas eleições de 12 de outubro.
Referindo-se à situação no Bairro do Talude Militar e às suas anteriores declarações que pediam soluções equilibradas "com humanismo e sensibilidade social", Carneiro reconheceu a necessidade de entender "as dificuldades" enfrentadas por várias autarquias na Área Metropolitana de Lisboa, que lidam novamente com o surgimento de construções ilegais.
"Portugal não pode regressar a ser um país com barracas, como ocorreu nos anos 80. Felizmente, implementámos políticas para erradicar essas estruturas e não podemos permitir que voltem a proliferar", sublinhou.
O líder do PS enfatizou que os autarcas devem prevenir a construção de barracas e de infraestruturas que comprometam a segurança e a salubridade, em defesa da dignidade das pessoas.
No entanto, Carneiro salientou igualmente a necessidade de diligências para assegurar que os despejos sejam realizados com respeito pela dignidade e pelos direitos humanos, especialmente em relação a indivíduos em situações de vulnerabilidade.
Face a essa realidade, o dirigente socialista argumentou que o Governo não pode deixar os autarcas sozinhos na resolução de um problema tão complexo. "É imprescindível que todos nos empenhemos em responder às necessidades habitacionais, sem que o Estado se exima das suas responsabilidades", concluiu.
A Câmara de Loures começou, na segunda-feira, a demolição de 64 casas autoconstruídas, que abrigam 161 moradores. Contudo, as demolições foram suspensas após o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa ter aceitado uma providência cautelar de suspensão interposta por uma advogada em nome de 14 moradores do bairro.