Queda significativa do excedente externo da economia portuguesa até maio

Os dados mais recentes do Banco de Portugal revelam que a economia nacional alcançou um excedente externo de 1.182 milhões de euros até ao final de maio, o que representa uma redução de 56,7% comparativamente ao mesmo período de 2022. Esta diminuição totaliza aproximadamente 1.546 milhões de euros, mas, em termos absolutos, trata-se do segundo maior excedente registado até maio em toda a história das estatísticas.

Um dos principais fatores que contribuiu para esta variação foi o agravamento do défice da balança de bens, que aumentou cerca de 2.000 milhões de euros. Este aumento está relacionado com o crescimento das importações, que subiram 1.800 milhões de euros, assim como com uma diminuição das exportações, que recuaram em 235 milhões de euros.

Além disso, o défice da balança de rendimento primário aumentou 217 milhões de euros, impulsionado pela diminuição na atribuição de fundos da União Europeia a título de subsídios, que caiu em 264 milhões de euros.

Por outro lado, até maio, o excedente da balança de serviços registou um crescimento de 759 milhões de euros, principalmente devido ao bom desempenho do saldo das viagens e turismo, que aumentou em 411 milhões de euros, e dos serviços técnicos relacionados com o comércio e outros serviços prestados por empresas, que somaram 170 milhões de euros.

A balança financeira totalizou um saldo de 689 milhões de euros até maio, reflectindo a capacidade de financiamento da economia do país. As instituições financeiras não monetárias, excluindo seguradoras e fundos de pensões, foram os principais responsáveis por este saldo positivo, devido à diminuição dos passivos em capital e em títulos de dívida em relação a não residentes.

Em contraste, o setor do banco central registou uma redução significativa nos ativos líquidos em relação ao exterior, face ao aumento dos passivos em depósitos.