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Rússia anuncia fim do tratado de conversão de plutónio militar em combustível nuclear

O governo russo propôs a denúncia de um acordo com os EUA, iniciado em 2000, sobre a transformação de plutónio militar em combustível pacífico, em meio a tensões crescentes.

há 20 horas
Rússia anuncia fim do tratado de conversão de plutónio militar em combustível nuclear

O governo da Rússia apresentou, hoje, um projeto de lei à Duma, a câmara baixa do parlamento, com o intuito de denunciar o tratado firmado em 2000 com os Estados Unidos. Este acordo visava a conversão de plutónio militar em combustível nuclear destinado a fins pacíficos.

A proposta surge num contexto de crescentes tensões entre as duas maiores potências nucleares do mundo. Washington tem pressionado Moscovo a retomar as negociações de paz relativamente ao conflito na Ucrânia, que começou há três anos e meio.

O tratado, que foi assinado há quase 25 anos, estabelecia que ambas as nações deveriam transformar 34 toneladas de plutónio, utilizado na fabricação de armas atómicas, em combustível MOX, uma combinação de óxido de urânio e óxido de plutónio.

A eventual saída deste acordo implicaria um sério golpe na colaboração internacional em matéria de desarmamento, especialmente após a retirada da Rússia e dos Estados Unidos de outros tratados relevantes, incluindo o Tratado INF sobre mísseis de curto e médio alcance e o Tratado de Céus Abertos.

Atualmente, o único acordo de desarmamento que permanece ativo é o Novo START (START III), que a Rússia suspendeu temporariamente em 2023 e que está previsto para expirar em 2026.

Embora o acordo sobre a conversão de plutónio tenha sido ratificado pela Rússia em 2011, foi suspenso em outubro de 2016, devido a alegações de incumprimento por parte dos Estados Unidos relacionadas com questões financeiras. Na altura, o Presidente Vladimir Putin comentou que a Rússia investiu na construção de uma instalação de conversão e questionou: "Somos mais ricos do que os EUA?" Ele acusou Washington de optar pela reciclagem de material radioativo em vez da sua destruição industrial, possibilitando assim uma eventual reutilização do plutónio para fins militares.

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